Nutricionista Rio de Janeiro RJ
Nutricionista Barra da Tijuca Copacabana
A agência americana Food and Drug Administration
(FDA) recomendou aos agricultores que parem de dar antibióticos para
bovinos, aves, porcos e outros animais a fim de estimular o crescimento
deles. A preocupação da FDA é que o uso excessivo de drogas esteja
ajudando a criar bactérias perigosas em humanos que não respondem a
tratamento médico e põem vidas em risco.
Joshua Sharfstein, comissário adjunto da FDA, disse que os
antibióticos deveriam ser usados somente para proteger a saúde de um
animal e não para ajudá-lo a crescer ou melhorar a forma como digere
sua ração.
"Este é um problema de saúde pública urgente", disse Sharfstein
durante uma conferência com repórteres por telefone. "Para preservar a
eficácia (dos antibióticos), nós simplesmente devemos usá-los da forma
mais racional possível."
A FDA emitiu um projeto de orientação sobre o assunto, e o público
tem 60 dias para comentá-lo. Sharfstein disse que a orientação foi um
primeiro passo, e a agência vai emitir novas regras se a indústria não
estiver voluntariamente de acordo.
"Nós temos os mecanismos reguladores, e a indústria sabe disso"
afirmou. "Também pensamos que as coisas podem ser feitas de forma
voluntária. Não estamos algemados a uma estratégia particular, mas não
vamos excluir qualquer coisa que podemos fazer para estabelecer essas
importantes metas para a saúde pública", completou Sharfstein.
A FDA tem tentado limitar o uso de antibióticos na agricultura
desde 1977, mas seus esforços têm entrado em colapso repetidamente, em
face da oposição do lobby da indústria farmacêutica e agrícola.
Mas a evidência crescente de uma crise global de bactérias
resistentes a antibióticos tem impulsionado o governo a agir, disse
Brad Spellberg, especialista em doenças infecciosas e autor do livro
"Rising Plague" (Epidemia Crescente, em tradução livre), sobre a
resistência aos antibióticos.
"Estamos em uma era onde a resistência ao antibiótico está fora de
controle, e estamos ficando sem drogas, pois medicamentos novos não
estão sendo desenvolvidos. Não podemos continuar no caminho em que
estamos'', afirmou Spellberg, que leciona na David Geffen School of
Medicine da University da Califórnia, em Los Angeles.
A União Europeia proibiu em 2006 o uso de antibióticos e medicamentos afins para promover o crescimento de animais.
Agricultores americanos dão rotineiramente antibióticos para
animais produtores de alimentos (como leite e carne) para tratar
doenças, prevenir infecções e favorecer o crescimento. As drogas são
muitas vezes adicionados à água potável e alimentos. A União dos
Cientistas Preocupados estima que 70% de antibióticos e medicamentos
afins usados nos Estados Unidos são dados a animais.
Muitos dos remédios administrados aos animais são considerados pela
FDA extremamente importantes na medicina humana, como a penicilina, a
tetraciclina e sulfonamidas. Nos últimos anos, especialistas em saúde
pública têm afirmado que houve um aumento alarmante no número de
bactérias que se tornaram resistentes aos antibióticos, levando a
doenças graves e incuráveis em seres humanos.
As bactérias podem se transferir de animais para os seres humanos
de várias maneiras: em alimentos, por meio da exploração dos
trabalhadores, do ar, da água e do solo contaminado por chorume.
O Instituto de Saúde Animal, que representa as empresas que
produzem medicamentos para animais, disse que concorda que os
antibióticos sejam usados de forma mais criteriosa. Mas os grupos de
ambos os lados criticam os esforços da FDA, que precisa de mais provas
para ditar mudanças nas práticas de longa data em relação à
administração de antibióticos para os animais.
Fonte: NYT; Estadão
Comentários
Postar um comentário