Inimigos do peito


     Num país como o Brasil, em que o tempo médio de aleitamento materno é muito menor do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde, muitas empresas de produtos para bebês ainda descumprem a Lei nº 11.265/06, criada para protegê-los.
     De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, os bebês devem ser alimentados exclusivamente com leite materno até os 6 meses de idade, ou seja, nesse período, nada de mamadeira com água, chá ou outro tipo de leite, a menos que tenha sido recomendação médica, em função de alguma doença específica. 

Refrigerantes, sucos, doces e sopinhas, então, nem pensar. Infelizmente, de acordo com Rosana De Divitiis, coordenadora da Ibfan Brasil, da Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar, ainda estamos longe do ideal. "A última pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde nas capitais brasileiras e no Distrito Federal [II Pesquisa de Prevalência do Aleitamento Materno], em 2008, mostrou que a duração média do aleitamento exclusivo era de 54,1 dias", ela informa.
     Segundo a médica especialista em lactação humana e fundadora da Ibfan Brasil, Marina Rea, o leite materno é suficiente até os 6 meses de vida, pois contém todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento do bebê, além de protegê-lo de muitas doenças. Após os 6 meses, o leite materno deve ser complementado com alimentos saudáveis até os 2 anos de idade. As mulheres que trabalham fora podem colher o leite e guardálo no congelador para que a criança o beba durante o dia. Infelizmente, a mesma pesquisa do Ministério da Saúde, realizada em 2008, mostrou que a média de tempo de amamentação no país não passa de 342 dias (menos de um ano). E o mais preocupante: 71,7% das crianças de 9 a 12 meses de vida já consumiam bolachas e salgadinhos, 11,6% já tomavam refrigerantes, e 8,7%, café! Para Marina Rea, incentivar e orientar a amamentação, esclarecer a respeito de seus benefícios e combater o marketing ilegal de alimentos para bebês e mamadeiras são formas de combater a mortalidade infantil. De acordo com relatório médico do periódico The Lancet, 1,4 milhões de mortes infantis poderiam ser evitadas anualmente no mundo se todos os bebês fossem amamentados de forma adequada.




Fonte: Idec

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