Produtos para emagrecer: só a carteira perde peso, segundo pesquisa Deco ProTeste


    Entre os produtos analisados, alguns não têm efeito, outros contêm substâncias diuréticas ou laxantes, incompatíveis com um emagrecimento real, segundo a Deco ProTeste. Para reduzir os quilos a mais, não há milagres: a receita continua sendo, dieta equilibrada e exercício físico.

   A venda em supermercados, lojas dietéticas e farmácias, os produtos combinam plantas, frutos ou outros vegetais, são enriquecidos com vitaminas ou sais minerais e relatam superpoderes contra os quilos em excesso. Para convencerem, recorrem a um discurso pretensamente científico, mas, com frequência, repleto de erros.

   Analisamos (Deco ProTeste) a composição anunciada e as alegações de 20 destes produtos com base na rotulagem. A maioria utiliza substâncias com efeitos nem sempre comprovados. Outros contêm substâncias que, em elevadas concentrações, podem ser perigosas. É o caso dos estimulantes, que elevam o ritmo cardíaco. Além disso, o preço é elevado.

Resultados:
Perda de água em vez de gordura
  • Alguns produtos analisados propõem o emagrecimento com o recurso de diuréticos e laxantes, que fazem perder água e fezes em vez de gordura. Outros contêm cafeína, substância estimulante, presente, por exemplo, no chá verde e no guaraná. Mas seriam necessárias quantidades elevadas para permitirem a perda de peso. E, em tais quantidades, existe o risco de alterações ao nível do batimento cardíaco.
  • Outra estratégia de sedução é o uso de uma linguagem com aparência científica. Vejamos um exemplo. “Variam as diferenças morfológicas (metabólicas) individuais: obstipação, retenção de líquidos, excesso de apetite (...)”. Uma coisa é a morfologia de um indivíduo (alto, baixo, etc.), outra as suas características metabólicas, ou seja, a forma como transforma e elimina, por exemplo, as gorduras e os hidratos de carbono.
  • A este suposto rigor científico, utilizam-se de substâncias ditas naturais, mas sem provas dadas na perda de peso. A lista é vasta e varre desde o incontornável aloe vera até frutos exóticos brasileiros, como o açaí, passando pelo ginseng, típico da medicina oriental. Mas a eficácia real destas substâncias, nas doses propostas, não é comprovada. Além disso, os produtos ditos naturais não estão isentos de riscos. Por exemplo, se tomadas em conjunto com certos medicamentos, algumas plantas podem causar interações com consequências para a saúde.

Sinais de alerta

  • Desconfie dos produtos ou dietas que prometam uma perda de peso fácil e sem esforço. Tenha o mesmo cuidado face a alegações de conhecimento científico, cura milagrosa, ingrediente com segredo e remédio tradicional.
  • Termos como “sensação de saciedade” ou “termogénese” também devem fazer soar as campainhas.
  • Produtos que afirmem ser seguros, sobretudo por conterem substâncias ditas naturais, ou incluam histórias não documentadas, com testemunhos de consumidores ou profissionais de saúde, relatando resultados fantásticos, são desconfiáveis.
   De acordo com a Deco ProTeste, para perder peso e manter a saúde, a dieta deve ser variada, eliminando os alimentos hipercalóricos, geralmente, contemplando próximo de 1200 a 1500 quilocalorias diárias, além de incluir exercícios, na sua rotina diária. 


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